É hora de Ser Gente
Vivemos tempos desafiadores, onde nunca como antes a informação correta e ética foi tão importante.
Bombardeados por todos os lados, podemos tornar nossa vida um mar de lamúrias ou fonte de inspiração para ações que beneficiem não somente a nós seres humanos, mas ao planeta como um todo.
Como se o Universo desse um basta ao nosso individualismo, ele vem constantemente enviando oportunidades para que reflitamos sobre a nossa maneira de viver e interagir com o meio ambiente que nos cerca e com nós mesmos.
Seja em uma epidemia nunca enfrentada antes ou em catástrofes climáticas sem precedentes, estamos sendo testados em nossa forma de viver o presente e de como queremos viver no futuro.
É notório, pelo menos para mim, que vivemos num mundo cujo sistema econômico está falido no seu conceito básico que seria o de gerar riqueza para todos.
A profusão de bilionários reflete que não estamos entendendo os limites do planeta e tampouco os limites que um ser humano tem de concentrar riqueza.
No mundo ocidental e agora em todo o mundo com raras exceções, nascemos com a ideia de crescimento ilimitado e de que nosso valor como ser humano está relacionado a bens materiais e de quanto amealhamos de propriedades e bens materiais ao longo de nossa jornada de vida.
Quem se pergunta qual será o limite de sua trajetória material?
A glorificação da ganância sem limites tem levado o planeta a uma situação de exaustão e possibilidade de ruptura permanente dos seus ecossistemas.
“Que cá entre nós, para o planeta não passa nada. Mas para nós quem viver verá”
Não estamos atentos que vivemos em sistema fechado e complexo chamado de planta Terra e que por mais que pensemos que nossas ações individuais não têm peso, esquecemos que somos 5.3 bilhões de indivíduos ( população mundial com idade entre 15 e 64 anos ) .
Logo significa que nossos comportamentos individuais importam e refletem cada vez mais no nosso entorno.
Os últimos acontecimentos trágicos que presenciamos no Sul e em outras partes do mundo, refletem que estamos diante de dilemas importantes.
Cada vez mais vale o ditado : “se ficar o bicho pega se correr o bicho come”
Como não ser sensível a pessoas que como nós, tinham casa e perderam literalmente tudo o que conseguiram e toda a sua trajetória de vida. Famílias que não conseguiram salvar suas fotos reveladas em papel. Idosos que não terão para onde voltar e rever suas memorias de vida porque estão soterradas na lama. Como não estar angustiado com 14.000 pets em abrigos e sem destino.
No que tange a produção de alimentos, hectares e mais hectares de produtos diversos totalmente destruídos.
Milhares de negócios inundados e perdidos por uma das externalidades que não podemos deixar de enxergar.
Nossa forma de viver está exaurindo o planeta e é definitivamente insustentável.
Poucos consomem exageradamente e muitos não consomem o básico.
E quando temos a fúria das externalidades, elas não recaem sobre os gastões. Afetam diretamente aqueles que lutam para ter o mínimo de consumo e sobrevivência. Equação totalmente fora de ética e de qualquer princípio ESG.
URGE que eduquemos a todos sobre o que passa no Planeta. Claro que sem ideologismos ou vertentes políticas de plantão. Deixemos que cada ser humano consciente tenha a oportunidade de refletir e tomar suas decisões.
Podemos aprender pelos bons exemplos ou pela dor.
Sistematicamente estamos optando aprender pela dor. Mesmo assim, infelizmente ao menor sinal de melhora de uma catástrofe, voltamos a operar no nosso modelo de vida insustentável, até novo aviso.
De quantos avisos necessitaremos?
É mais que hora de refletir sobre nossa essência humana e sua conexão com a natureza.
E hora de Ser Gente