Quem organiza a COP?

E por que o IPCC é tão importante para o futuro do planeta?

A cada ano, a Conferência das Partes — ou simplesmente COP — reúne líderes mundiais, cientistas, empresas e representantes da sociedade civil para negociar soluções frente à crise climática. Mas você já se perguntou quem organiza esse encontro? Quem decide a pauta? Quem produz os dados que sustentam essas decisões?

Neste artigo, explicamos o papel de dois pilares que sustentam a arquitetura global de governança climática: o UNFCCC, que organiza as COPs, e o IPCC, que fornece a base científica para o debate.


📌 O que é o UNFCCC?

O UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change), ou Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, é um tratado internacional adotado na Cúpula da Terra no Rio de Janeiro em 1992 (a famosa Rio-92).

Esse tratado criou uma estrutura permanente dentro da ONU para que os países-membros pudessem discutir, negociar e acompanhar seus compromissos na luta contra a mudança do clima. Desde 1995, o UNFCCC organiza as COPs — a cada ano, em um país diferente, com a presença de quase 200 nações.

É responsabilidade do UNFCCC:

  • Definir a agenda das conferências (temas prioritários de cada edição);
  • Acompanhar os compromissos nacionais (as chamadas NDCs);
  • Coordenar os ciclos de revisão do Acordo de Paris (ex: Global Stocktake em 2023);
  • Estimular a cooperação entre governos, setor privado e sociedade civil.

Site oficial: https://unfccc.int


🧠 E o IPCC? O cérebro por trás da ciência do clima

Enquanto o UNFCCC cuida da diplomacia, o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) é o órgão técnico-científico que mostra o que está acontecendo com o planeta — e o que pode acontecer se nada for feito.

Criado em 1988 pela ONU e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o IPCC não realiza novas pesquisas: ele avalia milhares de estudos publicados por cientistas de todo o mundo e compila isso em relatórios de avaliação que são referência global.

Esses relatórios apresentam:

  • Cenários futuros de aumento de temperatura;
  • Projeções sobre eventos extremos, como secas, inundações e derretimento de geleiras;
  • Impactos esperados sobre a saúde, agricultura, cidades e ecossistemas;
  • Recomendações de caminhos possíveis para mitigação e adaptação.

💡 Os relatórios do IPCC são a principal base científica para os acordos firmados nas COPs, como o Protocolo de Kyoto (1997) e o Acordo de Paris (2015).

Site oficial: https://www.ipcc.ch


🔎 Como os dois se conectam?

A cada ciclo de negociação (como o atual, iniciado com o Acordo de Paris), os relatórios do IPCC alimentam os debates da COP com evidências atualizadas. Já o UNFCCC transforma esses dados em estratégias de ação, metas e políticas públicas.

É como se o IPCC fosse o mapa e o UNFCCC o motor do barco.

A COP30, que será realizada em Belém, em 2025, é um marco especial porque:

  • Vai ocorrer na Amazônia, o maior bioma tropical do mundo;
  • Representará o momento de ajuste das metas climáticas globais;
  • Será o principal espaço para mostrar o papel do Brasil como líder ambiental.

✨ Por que você deve se importar?

Saber quem organiza e quem fornece os dados para as COPs é essencial para compreender que não estamos diante de um “evento ambiental”, mas de um processo político-científico estratégico para o futuro da humanidade.

Quando falamos da COP, não estamos falando apenas de ativismo ou discursos bonitos. Estamos falando de acordos multilaterais que definem:

  • Como e quando vamos sair dos combustíveis fósseis;
  • Quanto os países ricos vão financiar os países em desenvolvimento;
  • Como proteger povos vulneráveis e biomas ameaçados;
  • Quais compromissos o Brasil — e todos nós — estamos assumindo.

🌐 Para saber mais:


A COP30 é uma oportunidade única para ampliar o letramento climático da sociedade brasileira. Entender quem está por trás desse processo é o primeiro passo para participar.

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