Quem ganha uma negociação climática? O país ou o planeta?

A COP30 está no ar. Os olhos do mundo se voltam para Belém, e é nos bastidores da conferência que o jogo decisivo acontece: as negociações climáticas entre os países. 

Fico imaginando um grande ringue global de UFC onde em cada canto há um negociador (ou lutador) pronto para entrar em ação. Uns mais preparados e muito parrudos e outros nem tanto. Uns intimidam pelo poder outros pela falta de entrega de resultados, mas todos estão supostamente preparados para entrar em ação.  

Muitos esqueceram que tinham tarefas para realizar depois da última luta em Baku, mesmo assim, se apresentam para a nova luta como se nada tivesse acontecido.

Desde a última luta, o ringue tem sofrido com as suas bases e ao que tudo indica continua adernando frente a falta de soluções conjuntas para estabelecer uma base solida para as próximas lutas. 

É bem verdade que os lutadores não sabem que as lutas não têm vencedores e que os juízes não vão levantar a mão deles. Ou melhor, neste tipo de luta, onde todos olham para si e não para o todo, não há vencedores, todos na realidade perdem   

Quando mais as lutas não terminem, ou pior ainda, tenham ganhadores mesmo que parciais, pode significar que o ringue segue em perigo e pode não suportar as lutas do próximo ano. 
Numa COP os ringues têm cores é na zona pintada de azul, onde as lutas oficiais ocorrem e os acordos são firmados. Nessa área estão os negociadores ou seriam lutadores oficiais de cada país, com a clara determinação de vencer a luta, custe o que custar.

Os golpes ou clausulas, são disputadas palavra por palavra e onde o futuro do ringue chamado planeta é literalmente redigido. 

Mas um observador que olhe de fora da balburdia, pergunta a si mesmo? 

Quem é o melhor negociador/lutador desta COP?
Aquele que garante mais recursos e vantagens para seu país, ou aquele que cede sem prejudicar o país em nome do bem comum global e que as rodadas do próximo ano possam ser jogadas?
O que é mais importante: vencer a rodada para o país ou evitar o colapso climático para todos?
Bem, vamos entender as lutas.


Introdução

A COP30 vai muito além dos discursos de abertura, dos protestos simbólicos e da cobertura midiática. Nos bastidores da conferência, ocorrem negociações complexas entre países, organizações e representantes da sociedade civil. São nesses espaços, muitas vezes invisíveis ao grande público, que se define o rumo da política climática global. 

Os centenas de metros quadrados destinados a COP são divididos em duas grandes áreas:

  • Zona Azul: reservada às negociações oficiais entre as delegações dos países. É lá que os acordos ganham forma, com base em textos técnicos, propostas de emendas e rodadas intensas de conversas diplomáticas.
  • Zona Verde: espaço voltado à sociedade civil, empresas, ONGs, juventudes, movimentos sociais, artistas e outros atores não estatais. É onde acontecem os eventos paralelos e se constrói a narrativa pública da COP.

Como as decisões são tomadas?

Os países propõem documentos que servem como ponto de partida para os debates e a partir daí:

  • São realizadas reuniões técnicas e políticas em paralelo.
  • As delegações negociam palavra por palavra de cada texto.
  • O objetivo é sempre chegar a um consenso, o que nem sempre é simples, já que são mais de 190 países com interesses diversos.

Uma simples alteração de termo, como “deverão” para “poderão” pode mudar completamente o efeito prático de uma decisão.

Qual o papel da sociedade civil?

Mesmo sem assinar os acordos finais, a sociedade civil tem um papel fundamental:

  • Participa como observadora nas negociações.
  • Organiza painéis, pressiona governos e influencia o debate público.
  • Dá voz aos territórios e comunidades que muitas vezes não estão sentadas à mesa.

Essa presença ajuda a dar legitimidade, visibilidade e urgência às decisões. 

E o que tudo isso importa para você?

Fique alerta porque os textos aprovados na COP definem:

  • O quanto os países vão investir em energias renováveis.
  • Como serão tratados os prejuízos causados por eventos extremos.
  • Quem vai pagar a conta da adaptação climática nos países mais vulneráveis.
  • Quais compromissos as empresas precisarão seguir no futuro.

Ou seja, mesmo que você não acompanhe tudo em tempo real, os resultados da COP30, vão afetar sua vida e sua organização, direta ou indiretamente.

Pontos para reflexão 

– Assim como nas negociações da COP, dentro das empresas ainda negociamos para ganhar, e não para evoluir. Áreas que se enfrentam com mais vigor do que a empresa com os seus concorrentes. Cada um olhando os seus objetivos e esquecendo os objetivos gerais da empresa.  

Será que o RH pode ser o agente que ensina a ceder, escutar e cooperar, habilidades que definem o sucesso de qualquer negociação e de qualquer equipe?

Negociar pelo planeta exige mais do que estratégia, exige empatia. Exige compreender que cada vírgula num acordo representa vidas, ecossistemas e futuros. 

Será que essa é a nova competência que o RH deve formar: líderes com empatia global e senso de pertencimento planetário? 

Sem alfabetização socioambiental, seguimos formando profissionais tecnicamente competentes, mas emocionalmente analfabetos sobre o mundo que os sustenta

Enquanto acreditarmos que vencer é sobre ganhar mais do que o outro, perderemos todos. A verdadeira vitória será quando entendermos que o sucesso individual depende da saúde coletiva. 

Será que o RH pode ser o primeiro a ensinar isso: que o planeta é, antes de tudo, nosso maior contrato social? 

Talvez o maior desafio da COP30 não esteja nos textos que serão negociados, mas nas consciências que ainda precisam ser despertas. Porque nenhuma transição climática será possível sem uma transição humana associada. 

Qual o papel do RH na elevação de consciência das organizações? 

Conclusão ou melhor, abertura para discussões e pontos de vista diferentes 

A COP30, é mais uma oportunidade única que a humanidade está tendo de pensar, discutir, refletir e definir o seu próprio futuro. 

Milhares de pessoas viajaram a Belém para participar, contribuir, atuar. 

Pergunta de milhão: com tanto foco no ser humano, ele teve o preparo necessário para entender o seu papel, mais além do papel de negociador/lutador? 

Quem sairá vencedor? 

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